Composto por mulheres apaixonadas pela linguagem cinematográfica e carentes de produções que contemplassem o cotidiano do universo feminino, surge em 2015 um pequeno grupo, com apenas quatro integrantes, que vislumbraram a possibilidade de narrar histórias do cotidiano feminino comum, com olhar singular e suas nuances de acidez. Ainda sem uma definição de formato, de plataforma ou veiculação, o Coletivo Mulheres em Série inicia em sua gênese a forma documental, baseado em vários depoimentos, rodas de conversa e grupos de apoio. 

Com base nessa ideia inicial, o coletivo tomou forma e amadureceu. Mudou-se o formato documental para ficção; definiu-se como plataforma o formato websEm 2015, um pequeno grupo de quatro mulheres apaixonadas pela linguagem cinematográfica e ávidas por produções que retratassem o cotidiano feminino surgiu. Elas buscavam narrar histórias comuns, mas com um olhar singular e nuances de acidez. No início, não havia uma definição clara de formato, plataforma ou veiculação para o que viria a se tornar o Coletivo Mulheres em Série.

Assim, o coletivo deu seus primeiros passos no formato documental, baseado em depoimentos, rodas de conversa e grupos de apoio. Com essa ideia inicial, o coletivo cresceu e amadureceu. Mudaram para o formato de ficção, escolheram a websérie como plataforma, aprimoraram sua linguagem e formaram uma equipe de autores diversificada, unida desde meados de 2015.

O Coletivo Mulheres em Série é composto por pessoas de diferentes raças, orientações sexuais, identidades de gênero, corpos e habilidades. Essa heterogeneidade é refletida em todos os projetos desenvolvidos ao longo de sua trajetória, buscando criar identificação e empatia com um público diverso.

Na websérie "Mulheres em Série", desde o início, percebeu-se a necessidade de selecionar um elenco que refletisse a formação do coletivo. No final daquele ano, a websérie, com seis episódios, foi lançada no YouTube e Facebook. Em 2016, além da distribuição dos episódios, a série foi exibida em festivais internacionais e nacionais.

Em 2017, Renata Freire estreou como roteirista simultaneamente ao período em que estava internada para um transplante autólogo de células-tronco. A construção dos episódios ocorreu durante esse momento de forte introspecção, refletido na narrativa da websérie, que teve seu pré-lançamento no final do mesmo ano e foi lançada no início de 2018. A saúde mental, um tema que permeia cada um dos episódios, também foi vivenciada por um dos membros do coletivo, trazendo ainda mais identificação e autenticidade à produção.

Em 2019, durante o projeto VAI 2, o diretor e preparador de elenco João Tavares enfrentou uma depressão, mas o resultado desse projeto possibilitou o resgate de sua saúde e marcou o início da construção da terceira temporada.

Mesmo em meio à crise sanitária global de 2020, o coletivo não interrompeu suas ações. A terceira temporada da websérie foi exibida em formato digital, substituindo o evento presencial no Cine Olido. Essa temporada também foi selecionada em quatro festivais internacionais.

Em 2021, ainda em meio à pandemia, o coletivo recebeu apoio da lei Aldir Blanc para a construção do piloto "Chapa, pode pá!", dirigido por Liliana Borges e Laysa Machado. Uma das premissas do coletivo é a circularidade no desempenho de suas diversas atribuições, transformando desafios em oportunidades. A acessibilidade e o trabalho em conjunto sãoaspectos importantes para o coletivo, como evidenciado pela parceria entre uma diretora com deficiência física e um ator em condições semelhantes. Além disso, a direção do piloto conta com a sensibilidade de uma mulher trans, índia quilombola, proveniente da periferia, somando sua perspectiva única ao projeto. Esse piloto também foi selecionado em quatro festivais internacionais.

Em 2022, mesmo sem patrocínio, o coletivo continuou inovando e atuando como agentes culturais na periferia. Eles lançaram a proposta singular de "Sabor Doce" e a revista em HQ "Biscats", abordando as sexualidades, desejos e libidos femininas. A quarta temporada da websérie Mulheres em Série, contemplada pelo PROAC 2020, ainda aguarda o seu lançamento.

Com o reconhecimento de sua trajetória como agentes culturais, em 2023, o Coletivo Mulheres em Série foi contemplado pela sétima edição do Fomento à Cultura da Periferia da Secretaria Municipal da Cidade de São Paulo. Com esse apoio, o coletivo inicia a produção de projetos emocionantes: a primeira temporada do spinoff "Chapa, pode pá!", o e-book e áudio-book "Letras Transgressoras", o espetáculo "Desejo Beluíno", a oficina "Martelo - O Cotidiano da Arte", o "Fórum Perifa Veste", a streaming novel "SoulSex" e o documentário de imersão "Acolhimento".

Hoje, o Coletivo Mulheres em Série conta com uma equipe diferente da sua formação original, mas mantém a estrutura familiar, caminhando junto com aqueles que estão ao seu lado. Com a eficiência estética de Luana Vasconcelos e a narrativa jovem de Fellipe Barreto, emprestada à cultura independente periférica, o coletivo continua a criar histórias envolventes e cativantes, cheias de identificação e empatia.